sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A CRIAÇÃO DA CAPA DESTE LIVRO



A CRIAÇÃO DA CAPA DESTE LIVRO 

A concepção da capa para este livro colocou-se de modo particularmente difícil, devido a querer representar a “Abertura do Mundo” – que é o paradigma em que coloquei a génese do texto. Felizmente, depois de aturada pesquisa na net, encontrei algumas paisagens que poderiam servir esse intento. Acabei por me fixar numa imagem que tem por título “Sunset dark clouds”, da qual não é referida a autoria nem a origem. Claro que o trabalho com as ferramentas de tratamento de imagem do Corel Paint, ajudaram a criar, com a rotação da imagem, o aspecto final. Com essa rotação surgiu aquela espécie de “cabeça”, nas nuvens por cima da caravela, que depois trabalhei um pouco para lhe dar o aspecto final – simbolizando a presença etéria do rei João II. Por outro lado, a nuvem muito escura, do lado esquerdo da imagem, pode servir perfeitamente para representar... o Adamastor...

Imagens seleccionadas para o fundo da capa:





Três aspectos da imagem escolhida:

 Imagem original

 Imagem já trabalhada com a rotação...

Imagem final utilizada, comprimida na horizontal, para o formato do livro.

Quanto à caravela, das várias imagens que encontrei, acabei por utilizar uma foto que tirei à “Bartolomeu Dias”, em 1988, construída para o centenário da viagem de Bartolomeu Dias e que esteve atracada junto à Torre de Belém (onde a visitei) e andou pelo Tejo durante várias semanas, antes de seguir para Mossel Bay, na África do Sul. Nesta cidade sul africana existe um museu dedicado ao navegador, que refiro no texto do livro, no capítulo dedicado à viagem de Dias. Retirei das velas a cruz de Cristo, que os navios portugueses da época ainda não usavam – a cruz “de Cristo” só começou a ser usada em 1500, na viagem de Pedro Álvares Cabral à Índia. No início usei duas caravelas para a capa, depois decidi que apenas uma chegava perfeitamente.

Excerto do texto do livro:

Nesta baía, contígua ao cabo St. Blaize, existe actualmente a cidade de Mossel Bay (Baía dos Mexilhões), assim baptizada pelos holandeses. Ora esta cidade venera Bartolomeu Dias, como se ele fosse o seu santo padroeiro, existindo mesmo um museu com o nome do navegador, onde se pode visitar a caravela “Bartolomeu Dias”, que se encontra exposta numa sala apropriada e que foi construída por encomenda da Aporvela, Associação Portuguesa de Treino de Vela, nos Estaleiros Navais de Peniche em 1988. Isto para comemorar os quinhentos anos da ultrapassagem do Cabo da Boa Esperança pelas caravelas comandadas pelo navegador. A caravela “Bartolomeu Dias” esteve atracada em Lisboa, ao lado da Torre de Belém, tendo sido visitada por muito público e chegou a efectuar algumas viagens de treino no rio Tejo, seguindo depois para a África do Sul. Em Mossel Bay existem também uma estátua do navegador e pelo menos uma réplica dos padrões que implantou na costa sul africana. Foi num dos quatro rios que correm para esta baía, que Bartolomeu Dias mandou fazer aguada, a 3 de Fevereiro de 1488, num ponto que baptizou como Aguada de São Brás, uma vez que era o dia desse santo.


Uma das fotos da Caravela Bartolomeu Dias, no rio Tejo.

A foto escolhida depois de trabalhada.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

PELO SIGNO DO PELICANO COMO UM REI ABRIU MUNDOS AO MUNDO - APRESENTAÇÃO


PELO SIGNO DO PELICANO
COMO UM REI ABRIU MUNDOS AO MUNDO

APRESENTAÇÃO 

Pelo Signo do Pelicano – Como um Rei Abriu Mundos ao Mundo é um relato, quase jornalístico, do reinado de João II, dito o Príncipe Perfeito, tentando uma abordagem “arejada” dos factos históricos que o marcaram.

A escrita deste livro tem a sua génese num texto que escrevi em 1992, como argumento para uma banda desenhada, depois de ter lido a Crónica do Príncipe D. João, de Damião de Góis. A única prancha que desenhei tendo por base esse argumento, foi a que dava início ao capítulo “Pelo Meridiano de Tordesilhas”, que não resisto deixar aqui publicada, como fazendo parte desta introdução e que mostra a caravela de Cristóvão Colombo, pouco antes de aportar a Lisboa, vindo da sua falsa descoberta das “Índias”.



Retomei esse texto em finais de 2018, agora com a intenção de o publicar em livro, abordando-o sob a vaga inspiração estilística de Maurice Druon, na sua obra de sete volumes, Os Reis Malditos. Não se trata propriamente de uma crónica “histórica” sobre o rei João II, embora a sua pessoa e os factos ocorridos, desde quando ainda era príncipe, sejam o motivo principal do texto.

Digamos que esta abordagem será talvez algo semelhante a um divertimento musical típico do século XVIII, aplicado à escrita e sobre o tema do reinado do cognominado Príncipe Perfeito.

Optei, à maneira europeia, por omitir o tratamento habitual dado aos reis portugueses, não precedendo os seus nomes pelo pronome de tratamento Dom, que nem os castelhanos já usam muito e que me parece sempre um “castelhanismo” descontextualizado.

Também não utilizo o tratamento por Majestade, que muitos autores usam a torto e a direito, para todas as épocas. Este tratamento de estilo só foi usado no reino português a partir de Sebastião I, por influência da sua avó Catarina de Habsburgo, regente até à maioridade do rei e nascida no império austríaco, onde era usado aquele tratamento devido à influência francesa. No reino português o tratamento de estilo, até ao rei João III, era o de Sua Alteza-Real, o Rei.

É necessário referir que em certos casos optei, na escrita de nomes de pessoas ou de locais geográficos, pela grafia da época, como no caso do nome de Diogo Cão por exemplo, que no século XV se escrevia Caão e é como consta no brasão de armas que lhe foi outorgado pelo rei João II.

Para aligeirar o texto criei quatro personagens, – ou seja, dei nomes e rostos a quatro espiões de João II – como pivôs da história, com personalidades muito diferentes entre si. Estas personagens aparecem sempre para pontuar determinados relatos históricos, retirando a estes a gravitas habitual e inserindo-lhes um certo humor.

Permiti-me efabular em alguns aspectos sobre os quais os cronistas oficiais não fazem qualquer referência descritiva, como por exemplo na questão dos “presentes” enviados pelo rei João II a qualquer potentado que Diogo Caão viesse a encontrar nas terras africanas que iria explorar. Assim, descrevi, por exemplo, os presentes oferecidos ao Mwene Kongo, como objectos reais e possíveis de terem sido enviados pelo rei português.

Na abordagem aos lugares da costa africana descobertos nas viagens de Diogo Caão e Bartolomeu Dias, optei pela descrição paisagística dos mesmos e acrescentando a sua utilização posterior, ou o aspecto que terão actualmente, após a edificação de povoações ou cidades em alguns deles. Descrevo também no texto os povos que habitavam esses lugares.

João II, quando ainda era príncipe, casou com a sua prima direita Leonor de Lencastre e tomou, da empresa (ou emblema) de sua mulher, O Signo do Pelicano, ave rompendo o peito para alimentar, com o seu sangue, os filhos que tem no ninho e adoptou, como divisa, a frase “Pola Lei e Pola Grei”. Daí o título deste livro.

A CRIAÇÃO DA CAPA DESTE LIVRO

A CRIAÇÃO DA CAPA DESTE LIVRO  A concepção da capa para este livro colocou-se de modo particularmente difícil, devido a querer represen...